O Academico: Publicação mensal, scientifica e litteraria (Volume 1, nº1)
Nível de descrição
Documento simples
Código de referência
PT/MVNF/AMAS/AS-AS/A-A-B/000001
Tipo de título
Formal
Título
O Academico: Publicação mensal, scientifica e litteraria (Volume 1, nº1)
Datas de produção
1860-03-20
a
1860-03-20
Dimensão e suporte
1 impresso (p. 1- 32, 18,5 x 26,8 cm); papel
Âmbito e conteúdo
Publicado em Coimbra: Imprensa da Universidade.Periodicidade mensal. Preço: Avulso: 240 réis. Ano: 1$800Redatores: João de Deus Ramos, Eduardo José Coelho, Antero Tarquínio do Quental, Eugénio Arnaldo de Barros Ribeiro, Alberto da Cunha Sampaio, Alberto Teles Utra-Machado, Francisco Fernandes de Guimarães Fonseca, Severino de Sousa Azevedo e José Maria da Cunha Seixas.Sumário: Introdução; O Século, por José Seixas; O que somos, por Francisco Fernandes de Guimarães Fonseca; A Pena, por Utra-Machado; Gaspar, poesia, por João de Deus; A Deus, poesia, por Severino de Azevedo; Dúvida, poesia, por Eugénio de Barros; Esbocetos biográficos, por Antero do Quental; Alvitres às classes laboriosas, por Alberto Sampaio; A Mulher e a Ciência, por Eduardo Coelho.«Quem do escasso património que possui reparte com o seu irmão - faz, sem dúvida, uma obra meritória aos olhos de Deus, e aquista o louvor da sua consciência. / Entesourando para os outros algumas preciosidades, havidas dum legado imenso, que a todos deixara o trabalho benéfico dos homens ilustres pela ciência e pelas artes; aceitando o encargo de satisfazer os deveres daquela herança grandiosa, encargo nobre que auxilia o desejo dos seus benfeitores; ele é digno do bom acolhimento duns, e do beneplácito e agradecimento de todos. / A herança da humanidade, o legado do homem, que procura a felicidade, ao homem que a deseja, é o amor ao seu aperfeiçoamento, é o feudo da inteligência ao engrandecimento da sua ventura; e o que emprega bem aquele tesouro, comprado à custa de tantos sacrifícios, pode desejar a bênção de quem para seu domínio o adquiriu. / Ninguém nos repreenderá, pois, se formos depositar o que havemos como liberalidade de nossos protetores, - dos que se dedicaram e dedicam ao futuro de seus semelhantes - nas mãos de seu verdadeiro senhor. / A oferenda, ainda, que não seja valiosa, nem por isso é inútil; e O Académico, encarregando-se de apresenta-la a seus amigos, merece, não a repulsa desdenhosa e cruel, mas a benquerença, que sempre dá um coração generoso. / Se alguém nos arguir de pobres, pelo pouco que realmente damos, não nos acusará de injustos, porque o presente, se de ténue preço, há-de ser dedicado e muito. / O Académico dá em prol da sua boa acolhida a ideia de abraçar em seu grémio as santas aspirações da geração nova, tendentes a facultar a instrução ao povo e a regenera-lo, a fim de que ele consiga o seu virtuoso destino, o de não ser reputado como uma classe ínfima, porém como a classe primeira e verdadeiramente única; aspirações e desejos estes, que tanto enobrecem a época em que vivemos, e que são incontestavelmente o timbre mais glorioso do século dezanove. / Ora, para cumprir esta missão caridosa e profícua, não se tornam essenciais grandes recursos de talento extraordinário; - basta uma vontade enérgica, e apurada no trabalho, e um coração dedicado com todas as veras à liberdade dos que sofrem. / E essa vontade e esse coração havemos nós, porque desejamos o grande dia da «igualdade para todos» e conhecemos que não se pode chegar lá sem o aperfeiçoamento moral de todos. / Se, como de facto, não conseguirmos muito, resta-nos a consolação de cooperarmos com os outros que mais valerem; e se não servir a pedra para o grande edifício da civilização comum, não teremos de recriminar-nos pela nossa inactividade. / Os RR.»In: O Académico, n. 1, pp.5-6.Numa nota à margem do artigo “O Século”, de José Seixas, a abrir o primeiro número, é dito o seguinte: «Este artigo é um desenvolvimento das ideias do prospeto da Revista do Mondego, que, como sabem os nossos leitores, se fundiu no Académico.»João de Deus de Nogueira Ramos (São Bartolomeu de Messines, 8 de Março de 1830- Lisboa, 11 de Janeiro de 1896 mais conhecido por João de Deus, foi um eminente poeta lírico, considerado à época o primeiro do seu tempo, e o proponente de um método de ensino da leitura, assente numa Cartilha Maternal por ele escrita, que teve grande aceitação popular, sendo ainda utilizado. Gozou de extraordinária popularidade, foi quase um culto, sendo ainda em vida objeto das mais variadas homenagens e, aquando da sua morte, sepultado no Panteão Nacional. Foi considerado o poeta do amor.Eduardo José Coelho magistrado e ministro no regime monárquico, n. em Vilela do Tâmega, conc. de Chaves, em 1835, e morreu em Lisboa a 5.4.1913. Fez um curso distinto, obtendo primeiros prémios na Universidade de Coimbra, formando se em Direito em 1861. Pouco depois entrou na carreira oficial da magistratura, sendo despachado delegado. Foi advogado em Chaves, procurador à Junta Geral em Vila Real e Governador Civil de Bragança. Promovido a juiz de primeira classe em Outubro de 1883, em 1886 passou a juiz de 1.a vara cível de Lisboa, lugar que desempenhou com muita inteligência e a maior retidão. Juiz do Supremo Tribunal de Justiça, conselheiro e deputado em várias legislaturas, pelo partido progressista. Eduardo José Coelho, que era um orador fluente, sustentou no Parlamento questões importantes, e fez parte da comissão parlamentar que deu parecer sobre o Código Comercial promulgado no ano 1888. Foi Presidente da Câmara dos Deputados, e em Março de 1898 eleito par do reino, tomando posse a 17 desse mês. Ministro das Obras Públicas, pela primeira vez, por decreto de 23.2.1889, numa recomposição ministerial em que substituiu Emídio Navarro, em Outubro de 1904 voltava a tomar posse da mesma pasta numa recomposição efetuada em Maio de 1905 passou a sobraçar a pasta do Reino, que vagara pela saída do conselheiro Pereira de Miranda. Após a proclamação da República afastou se da política. Foi um dos mais considerados sócios do Montepio Geral, tendo sido presidente da sua assembleia geral nos anos 1901-1902. Quando da visita a Lisboa do Presidente da República Francesa, fora agraciado com a Grã-Cruz da Legião de Honra. (Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coord. por Barroso da Fonte. Guimarães: Editora Cidade Berço).Eugénio Arnaldo de Barros Ribeiro, nasceu em S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa, em 14.7.1837. Começou por estudar Direito, em Coimbra. Mas interrompeu e foi para o Brasil (Rio de Janeiro), em 1853. Aí exerceu o jornalismo num semanário que se chamou Saudade. Regressou a Portugal, concluiu o curso de Direito (1863). Em 26.1.1867 foi nomeado administrador do concelho de Torre de Moncorvo. Enquanto esteve em Coimbra colaborou nos jornais: Prelúdios Literários, Estreia Literária e Literatura ilustrada. Escreveu ainda em: Fósforo e Tira Teimas. Em 1859 publicou um livro de Poesias. Em 1862 apareceu o II volume. (Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coord. por Barroso da Fonte. Guimarães: Editora Cidade Berço).Alberto Teles Utra-Machado (São Pedro Angra do Heroísmo, 24 de Janeiro de - Oeiras, 12 de Janeiro de 1923. Foi um jurista escritor, publicista e político, formado em Direito pela Universidade de Coimbra em 1863 Assinou parte da sua obra literária como Alberto Telles. José Maria da Cunha Seixas (Trevões, São João da Pesqueira 26 de Março de 1836 - Lisboa, 27 de Maio de 1895. Foi um intelectual e filósofo, criador e adepto do pantiteísmo, uma dissidência do krausismo que tem por doutrina reconhecer a presença de Deus em todos os lugares e em tudo, mas propondo que apesar de Deus estar em tudo, Deus não se identifica com a coisa criada. Com apenas 14 anos de idade, em 1850 tomou ordens menores iniciando de seguida estudos de teologia. O isolamento em que cresceu e estrita educação católica a que foi submetido parecem ter influenciado a sua personalidade deixando-o solitário e com poucas aptidões sociais. Apesar de se ter matriculado no ano de 1858 nos cursos de teologia e filosofia da Universidade de Coimbra aparentemente para ser eclesiástico, transferiu-se para a Faculdade de Direito daquela Universidade, onde se formou em 27 de Junho de 1864 […]. Ainda estudante em Coimbra iniciou-se como publicista, colaborando com artigos de crítica literária e de política em diversos periódicos, entre os quais O Viriato (Viseu), Comércio de Portugal, Jornal de Lisboa, Académico de Coimbra, Comércio de Lisboa, Jornal do Comércio, Distrito de Beja e muitos outros periódicos, em especial de Lisboa. Terminado o curso, fixou-se em Lisboa, com banca de advogado e como professor de filosofia no Instituto de Ensino Livre de Lisboa. Manteve a sua intensa colaboração com periódicos diversos e fez-se sócio de diversas agremiações científicas, estabelecendo a sua reputação de intelectual. Faleceu em Lisboa, a 27 de Maio de 1895, com 59 anos de idade, deixando a parte mais importante da sua obra por publicar.Fonte: Wikipédia.
Condições de acesso
Comunicável, sem restrições legais.
Cota descritiva
AS 151- cx. 3depósito 3, estante 1
Idioma e escrita
Português
Características físicas e requisitos técnicos
Em regular estado de conservação.
Instrumentos de pesquisa
ODA