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Camilo Castelo Branco

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Camilo Castelo Branco

Detalhes do registo

Nível de descrição

Unidade de instalação   Unidade de instalação

Código de referência

PT/MVNF/AMAS/ACP/14ª GERAÇÃO-A-G/001/0151

Tipo de título

Atribuído

Título

Camilo Castelo Branco

Datas de produção

1872  a  1890 

Dimensão e suporte

14 doc.; papel.

História administrativa/biográfica/familiar

Escritor português (Lisboa, 16.3.1825 - São Miguel de Ceide, 1.6.1890). Filho natural de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco, oriundo de uma família da pequena e recente burguesia transmontana, perde a mãe aos dois anos e o pai aos dez. Por decisão do conselho de família, vai, com a irmã Carolina, viver para Vila Real, a cargo de uma tia paterna, Rita Emília, que não se desvelará muito em carinho pelos dois órfãos. Quando, em 1839, a irmã casa com o futuro médico Francisco José de Azevedo, vai viver com eles para Vilarinho da Samardã e aí, por entre os acasos de uma adolescência nem sempre fácil, recebe a sua primeira formação cultural com as lições do P.e António de Azevedo, irmão do cunhado, que lhe ensina doutrina cristã, latim, francês e língua portuguesa. Aos 16 anos (em 18.8.1841), casa com Joaquina Pereira da França, camponesa do lugar de Friúme, concelho de Ribeira de Pena, onde temporariamente exercia as funções de amanuense; depressa, porém, a abandonaria. A adolescente, que lhe dera uma filha, nascida a 25.10.1841, morreria em 25.11.1847, poucos meses antes dessa filha, falecida a 10.3.1848. A sua volubilidade não tardaria em substituí-la, numa longa cadeia de amores que o levará sucessivamente aos braços de Patrícia Emília, que dele teve também uma filha, Bernardina Amélia, nascida a 25.6.1848; de Isabel Cândida Mourão, religiosa do Convento da Avé Maria; e, por fim, aos de Ana Plácido, a mulher fatal da sua vida.Estimulado a principio pelo sogro, pensa formar-se em Medicina e matricula-se, na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, que frequenta de 1842 a 1845. Em 1846, porém, já está em Coimbra, provavelmente para estudar Direito, curso que nem sequer iniciou. Volta a Vila Real, mas, a partir de 1848, fixa-se no Porto, decidido a ganhar a vida como jornalista. Num momento de fugaz exaltação religiosa, matricula-se no Seminário daquela diocese, com a intenção de se ordenar (1850), mas a pretensa vocação apagava-se escassos meses depois. Logo retoma a vida aventurosa de estroina «leão» romântico, dividida entre os cafés, os teatros, os salões da burguesia portuense de fresca data e as redações dos jornais. É neste período que conhece Ana Augusta Plácido, casada com o comerciante regressado do Brasil, Manuel Pinheiro Alves, fazendo dela o objeto de uma desordenada paixão romântica. Seduzida e igualmente apaixonada, Ana abandona o marido e foge com Camilo para Lisboa.Conhecido o escândalo, a esposa adúltera é posta em reclusão no Convento da Conceição de Braga (Julho de 1859), mas ao fim de pouco mais de um mês foge, retomando a convivência com C. Instaurado o processo por adultério, é presa na Cadeia da Relação do Porto e C., depois de vaguear pelo Minho e Trás-os-Montes, ali se entrega também a 1.10.1859. Absolvidos, vão viver para Lisboa, onde lhes nasceria o filho Jorge (28.6.1863), até que, em 1864, falecido Pinheiro Alves (15.7.1863), se instalam em São Miguel de Ceide, na casa que lhe pertencera e passara por herança a Manuel Plácido, seu pretenso filho, mas, ao,que tudo leva a crer, filho de C. Com uma família a sustentar (o filho Nuno nascera nesse mesmo ano de 1864) e sem outros recursos além dos do seu trabalho, C. faz da pena o ganha-pão único numa ansiosa e febril necessidade de escrever para viver. Assim lhe vão decorrer os últimos 25 anos de vida, numa casa triste, cercada de paisagem triste. O destino dos filhos adensa-lhe sobre a alma nuvens negras de funestos presságios: Manuel, após uma falhada aventura comercial em Angola, entrega-se aos excessos de uma vida de boémia e morre prematuramente a 17.9.1877; Nuno segue-Ihe o exemplo, numa sucessão ininterrupta de aventuras, jogo e degradação a que nem um casamento de escândalo, patrocinado pelo pai, consegue pôr termo; Jorge, que começara desde cedo a dar inequívocos sinais de perturbação mental, mergulhava pouco a pouco num estado de demência irrecuperável. Em 1858, por proposta de Alexandre Herculano, é eleito para a Academia das Ciências e em 18.6.1885 é agraciado por D. Luís com o título de visconde de Correia Botelho. As honrarias, porém, longe de lhe afagarem a vaidade, apenas podiam dar-lhe a vaga esperança de acautelar para a família um futuro menos ameaçado de indigência. E é talvez por isso que concorda em regularizar a sua situação conjugal com Ana Plácido. A 9.3.1888, quando há muito se apagara o encanto e o fogo romântico daquela ligação amorosa nos atritos mesquinhos de um quotidiano onde a poesia dera progressivo lugar à tragédia, celebra-se finalmente o casamento.Atormentado pela doença, mergulhado em insanável tristeza, contra a qual apenas reage com a lâmina fina da ironia ou o látego terrível do sarcasmo, joguete permanente da sua alucinante instabilidade psíquica, ameaçado pela cegueira, julgando caminhar para a loucura que a tradição da família dava como estigma fatal de muitos dos seus, C. afunda-se no pessimismo e arrasta penosamente a cruz da sua expiação até que, vencido, se suicida, em 1890.Fonte: Casa de Camilo.

Condições de acesso

Comunicável, sem restrições legais.

Condições de reprodução

A reprodução de documentos encontra-se sujeita a algumas restrições tendo em conta o tipo dos documentos, o seu estado de conservação, o fim a que se destina a reprodução.

Cota descritiva

CP

Idioma e escrita

Português